segunda-feira, 28 de julho de 2008

Carta n°22


Bento querido

Entrei no site sim, e vi o poema ( lindo!). É "O movimento das águas? Ah! Porquê não aparece a dedicatória ? (risos). Eu ficaria mais inchada ainda... Tu és mesmo um grande intérprete da tua região, que te retribuirá em muito carinho, eu o sinto.

Bento, obrigada também pelas palavras de força. Quizera mesmo ser capaz de levantar esta família, de ser digna do Vati, da Mutti e da Alma, e tocar esta estância e seu vinhedo dos avós. Às vezes me parece que eles me olham, de onde estão, e esperam muito de mim, que não sei... A Alma deixou de aparecer nas últimas semanas, como se estivesse esperando as providências que o delegado está tomando. Será que ela quer só justiça? Será que sua alma ainda sofre? Minha pobre irmã, como deve ter sofrido... não posso pensar naquilo, na violência... ela que era tão delicada, tão doce. Às vezes penso que ela é mesmo uma espécie de santa, pela beleza interior, pureza de coração e... seu martírio. Ai! Bento...

Poeta, amanhã te contarei mais o que tiver acontecido por aqui. Parece que o delegado encontrou uma testemunha ocular do que aconteceu. Prefiro que seja um boato que surgiu entre os peões. Não quero ouvir uma coisa dessas...

Ai Bento, meu santinho, reze pela Alma, reze por nós aos teus orixás.

Um beijo da Lu

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