segunda-feira, 28 de julho de 2008

Carta n°7


Querido Bento
Eu realmante pensava em enviar a ti uma foto da Alma, mas hesitava, não sabia bem porquê. Então comentei com o Guilherme sobre isso, e ele foi categórico: não, não posso fazê-lo! Alma e ele tinham um acordo desde o princípio de sua relação: jamais divulgariam uma foto dela, e ele seria seu único retratista autorizado, através dos quadros dele para os quais ela posava. Guilherme diz que a Alma só deveria ser fixada em pinturas e desenhos, pois eles são completados pela mente do expectador, que embora participando da formação espiritual da imagem, nunca estará plenamente satisfeito, mas perenamente instigado. Guilherme via a Alma como a mais misteriosa mulher que jamais houve neste mundo, e para entender isso e a relação que eles tinham, e esse "contrato" do retrato pintado, ele nos recomenda que leiamos o conto Anagramas (da Alma) que está publicado no Leia Livro. Ele diz que o conto explica a razão do encontro (ou reencontro) deles nesta vida, quer dizer, nesta atual encarnação. Por isso, querido Bento, devo respeitar tão profundo e misterioso desígnio. Continuarei a enviar a ti, se quizeres, mais retatos da Alma feitos pelo Guilherme. Sei que esse fato ajudou a causar a impressão, lá no Recanto das Letras de que Alma era um heterônimo de alguém, ou até mesmo do próprio Guilherme (o que ele diz que o lisongeia...) fato que insolitamente causou a expulsão dos dois daquele site, vê só que loucura, que absurdo!
Então, Bento, estou enviando anexo o quadro que Guilherme diz que se aproxima do quadro da Alma visto por ele pela primeira vez no século XVII, e cuja memória voltou, fragmentária, no sonho-reminicência que ele teve e foi contar para a Alma quando soube dos dotes interpretativos dela através da grande artista gravadora Renina Katz. (vide o conto Anagramas)
um beijo
Lucia
PS Tu recebeste meu comentário ao teu lindo poema sobre a Alma, e o outro que enviei em seguida?

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